Quais são as vacinas meningocócicas disponíveis?

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Embora o meningococo seja uma bactéria transmitida pelo contato com secreções respiratórias e/ou da saliva de portadores dessa bactéria, ele não é tão contagioso quanto, por exemplo, o vírus da gripe. No entanto, no 2º semestre de 2022 ocorreu um surto de meningite pelo meningococo do sorotipo C na cidade de São Paulo. O surto é caracterizado pela presença de 3 casos ou mais do mesmo sorotipo e na mesma localidade. Sabe-se que as meningites podem ser causadas por diversos sorotipos, sendo o tipo C o sorotipo mais prevalente e cuja incidência caiu drasticamente após a introdução da vacina meningocócica C no Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Atualmente no calendário oficial do PNI é oferecida a vacina meningocócica C aos 3 e 5 meses, com reforço aos 12 meses de idade. Além disso, adolescentes entre 11 a 14 anos de idade recebem o reforço com 1 dose da vacina meningocócica ACWY.

A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBI) recomenda que sempre que possível todo o esquema vacinal seja realizado com a meningocócica ACWY da seguinte forma:

- 2 doses aos 3 e 5 meses de idade

- reforços aos 12 meses, 5 a 6 anos e 11 anos de idade ou 5 anos após a última dose

Além disso, outra recomendação da SBI é a aplicação da vacina meningocócica B, essa somente disponibilizada na rede particular. O esquema de rotina dessa vacina é de 2 doses, aos 3 e 5 meses de idade e um reforço entre 12 e 15 meses. No entanto, a depender da idade em que o esquema for iniciado, pode haver alterações na recomendação:

- 1ª dose entre 2 a 5 meses de idade: 2 doses com intervalo de 2 meses entre as doses e reforço no 2º ano de vida com intervalo de pelo menos 2 meses após o esquema primário

- 1ª dose entre 12 a 23 meses de idade: 2 doses com intervalo de 2 meses entre as doses e reforço pelo menos 12 a 23 meses após o esquema primário

- 1ª dose acima de 2 anos de idade, adolescentes e adultos: 2 doses com intervalo de 1 a 2 meses, sem necessidade de reforço

A doença meningocócica, forma invasiva da meningite, pode evoluir de forma muito rápida e com risco de morte elevado e, portanto, o pediatra deve avaliar a carteira de vacinação da criança em todas as consultas de rotina e orientar a administração de doses em atraso.