O que é vasa prévia e qual seu risco?

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A vasa prévia acomete aproximadamente uma em cada 2.500 a 3.000 gestações e tem como fatores de risco gemelidade, reprodução assistida, placenta prévia, bilobulada ou sucenturiada e inserção velamentosa de cordão.

Em uma gravidez sem anormalidades, os vasos sanguíneos que ligam o feto à placenta estão contidos no cordão umbilical. Na vasa prévia, alguns destes vasos sanguíneos estão fora do cordão umbilical, nas membranas que circundam o feto, mais expostos. Para ser considerada vasa prévia, esses vasos precisam estar localizados entre o feto e o orifício interno do colo do útero de modo que, se houver ruptura das membranas, esses vasos também poderão se romper. É uma situação potencialmente grave para o feto se não for diagnosticada e conduzida adequadamente. O diagnóstico pode ser feito por ultrassonografia transvaginal que possibilita a visualização desses vasos entre o colo uterino e a apresentação fetal. Quando esse diagnóstico é feito no 2º trimestre, deverá ser confirmado por volta de 32 semanas, uma vez que cerca de 25% dos casos têm resolução espontânea. Se o diagnóstico for confirmado, deve-se fazer corticoide para maturação pulmonar fetal e a internação também deve ser considerada para monitorização de compressão funicular e do bem-estar fetal. A cesariana eletiva deve ser realizada antes do trabalho de parto, idealmente com 36 semanas.

Se não houver diagnóstico durante o pré-natal, a identificação pode ser feita no trabalho de parto, ou se houver ruptura de membranas com sangramento intenso. Como o sangue contido nesses vasos é de origem fetal, o concepto pode perdê-lo de forma significativa, entrar em sofrimento fetal agudo e ir à óbito. O prognóstico nesses casos é bem ruim, chegando a 50% de óbito fetal (contra 5% daqueles diagnosticados previamente).