O escroto agudo na infância parte 2: abordagem diagnóstica e terapêutica

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Os principais exames complementares seriam a ultrassonografia com Doppler colorido, que é um exame não invasivo que pode fornecer informações valiosas sobre a perfusão vascular do testículo, e a imagem por ressonância magnética (RM) . São achados sugestivos de torção testicular: aumento do testículo, com aspecto homogêneo e hipoecoico e fluxo de cor ausente ou formas de onda Doppler espectrais que sugerem aumento do índice de resistência vascular.Já nos casos de epididimite/orquiepididimite na ultrassonografia com Doppler encontra-se edema, ingurgitação vascular e aumento do fluxo sanguíneo. A imagem por RM pode ser útil em eventos de suspeita de torção testicular quando a ultrassonografia com Doppler é inconclusiva.

O tratamento nas circunstâncias de torção testicular é a exploração cirúrgica imediata para destorção e fixação testicular (orquidopexia). Já nas ocorrências de epididimite/orquiepididimite, como a principal etiologia são vírus e bactérias, deve-se iniciar o procedimento empírico com cobertura para Chlamydia trachomatis (fluoroquinolonas – levofloxacino) nos casos em que há vida sexual ativa e, se houver confirmação da infecção, deve-se complementar o tratamento com doxiciclina (200 mg/dia) por mais 14 dias. Nas situações de crianças pequenas ou nos adolescentes sem vida sexual ativa recomenda-se a terapia com medicações usuais para infecções do trato urinário.

Em resumo, o escroto agudo é uma condição que exige atenção médica imediata, com diagnóstico preciso e tratamento adequado para evitar complicações graves, como a perda da gônada. O diagnóstico diferencial entre as diferentes condições que podem causar o escroto agudo é essencial, e o uso de exames de imagem pode ser útil para confirmar o diagnóstico e direcionar o procedimento.

Referências Bibliográficas:

Sociedade Brasileira de Pediatria. Tratado de pediatria. 5 ed. Barueri, SP: Manole, 2022.

Manual de Uropediatria da Sociedade Brasileira de Pediatria e da Sociedade Brasileira de Urologia, 2020. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/Manual_Uropediatria-Final.pdf . Acesso em 18 jul. 2023.