Mas afinal se tudo é sepse, quando pensar em sepse?

Compartilhe

Sabemos que, em neonatologia, qualquer sintoma pode ser sugestivo de sepse. Afinal, os órgãos e sistemas dos recém-nascidos (RNs) estão se desenvolvendo, podendo abrir as mais diversas sintomatologias.

Apesar disso, existe um raciocínio clínico que deve ser compreendido pelo profissional de saúde que cuida de RNs, e é isso que detalharei para você.

A maioria dos bebês com sepse neonatal precoce, aquela que se manifesta nas primeiras 72 horas de vida, são assintomáticos. Portanto, dependendo da detecção dos riscos infecciosos e da coleta de exames para fazer o diagnóstico de sepse e iniciar o tratamento correto.

Em contrapartida, isso não é o comportamento clínico esperado na sepse neonatal tardia, aquela que ocorre após 72 horas de vida. A maioria dessas crianças apresentarão uma série de sintomas, inespecíficos sim, mas diante de toda a sintomatologia possível, existem 4 sintomas que quando presentes sugerem fortemente sepse:

  • hipoatividade
  • intolerância alimentar
  • hiperglicemia
  • apneia

Diante desses sintomas é comum coletar exames laboratoriais para fechar o diagnóstico e, inclusive, já iniciar antibiótico enquanto se aguarda os resultados. Por esse motivo, vale prestar atenção especial a esses 4 sintomas, visto que são muito sugestivos de sepse.

Vale lembrar também, que a sepse tardia é mais propensa de evoluir com instabilidade hemodinâmica (choque séptico), podendo se manifestar clinicamente como:

  • pulsos centrais e periféricos finos
  • tempo de enchimento capilar aumentado
  • oligoanúria
  • hipotensão arterial sistêmica

Os bacilos Gram negativos são especialmente propensos a causar choque séptico. Portanto, esses RNs devem ser monitorados constantemente durante o seu tratamento clínico, para reverter quaisquer possíveis complicações da sepse neonatal.