Manejo da hipoglicemia neonatal

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Vale lembrar que a hipoglicemia neonatal é uma das principais patologias metabólicas do período neonatal, que abrange diversas causas e que ainda não há consenso na literatura quanto aos valores mínimos de glicemia a partir do qual considera-se hipoglicemia. Apesar disso, utilizaremos um conceito geral que define hipoglicemia como:

  • Dx < 35 mg/dL nas primeiras 4 horas de vida
  • Dx < 45 mg/dL entre 4 e 24 horas de vida
  • Dx < 50 mg/dL após 24 horas de vida

A seguir, citarei os principais pilares do tratamento desta patologia.

Caso trate-se de paciente assintomático, recomenda-se que seja levado ao seio materno e repita a glicemia em 1 hora. Se vier normal, seguir aleitamento materno; caso persista baixa, recomenda-se fórmula. O complemento, nessas situações, deve ser visto como uma medicação, visto que o colostro tem baixo volume e menor concentração de glicose do que o leite materno.

Alguns hospitais já estão usando o gel de dextrose a 40% como terapia da hipoglicemia assintomática nas primeiras 48 horas de vida, podendo receber até 2 doses consecutivas antes de indicar a fórmula. O gel de dextrose busca preservar o aleitamento materno exclusivo.

Caso a glicemia continue baixa para as horas de vida, mesmo após ter recebido seio materno, gel de dextrose e/ou fórmula, a criança deverá iniciar soroterapia com taxa ou velocidade de infusão de glicose contínua entre 4 a 6 mcg/kg/min, buscando Dx maior de 60 mg/dL. Após 2 glicemias seguidas, dentro deste alvo, pode-se começar a reduzir a velocidade de infusão de glicose de 1 a 2 pontos, até sua suspensão a partir de 2 mcg/kg/min.

Pacientes sintomáticos (qualquer sintoma) em vigência de hipoglicemia, deve receber push de glicose a 10% 2 mL/kg e soroterapia. Nesses casos, não se indica o tratamento por via enteral.