Identificando o risco infeccioso: sepse neonatal precoce

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A sepse neonatal precoce, aquela que ocorre nas primeiras 72 horas de vida do recém-nascido (RN), na maioria das vezes, é assintomática. Portanto, para diagnosticá-la, é essencial identificar os potenciais riscos infecciosos e programar coleta de exames laboratoriais entre 12 e 24 horas de vida.

Nesse texto, citarei os principais fatores que indicam coleta de triagem de risco infeccioso no período neonatal imediato.

  1. Colonização materna com Streptococcus agalactiae do grupo B (GBS)
  • RN prematuros cujas mães não receberam profilaxia intraparto ou a receberam de maneira incompleta (menos de 2 doses);
  • RN a termo que além da mãe não receber profilaxia intraparto completa, também apresenta bolsa rota por mais de 18 horas;
  • Mãe com urocultura positiva para GBS na gestação atual, independentemente da colonização vaginal/anal atual;
  • Mãe com histórico de filho anterior com sepse por GBS, independentemente da colonização vaginal/anal atual.
  1. Corioamnionite
  • Mães com febre ou taquicardia intraparto, leucocitose, aumento de PCR e fisometria;
  • Independentemente da idade gestacional, o RN deverá ser transferido imediatamente à unidade de cuidados intermediários ou intensivos neonatais.
  • Coletar hemograma, hemocultura e PCR e iniciar antibioticoterapia empírica dentro da primeira hora de vida;
  • Em caso de exames normais, criança assintomática e hemocultura negativa, suspender antibióticos após 48 horas, do contrário, coletar liquor e definir tempo de tratamento.
  1. Bolsa rota
  • Acima de 18 horas, coletar exames.
  1. ITU materna
  • Coletar exames caso a mãe não tenha sido tratada ou tenha menos de 72 horas de tratamento.
  1. Trabalho de parto prematuro sem causa
  • Grande risco de ser bacteriúria assintomática, cuja inflamação da bexiga (cistite) pode liberar prostaglandinas, que dão início às contrações uterinas;
  • Se a idade gestacional for abaixo de 34 semanas (em alguns protocolos abaixo de 32 semanas), o RN deverá ser transferido imediatamente à unidade de cuidados intermediários ou intensivos neonatais. Coletar hemograma, hemocultura e PCR e iniciar antibioticoterapia empírica dentro da primeira hora de vida.
  • Em caso de exames normais, criança assintomática e hemocultura negativa, suspender antibióticos após 48 horas, do contrário, coletar liquor e definir tempo de tratamento.

Identificar os riscos infecciosos salva vidas! Fique atento durante todo o atendimento em sala de parto!