Hiperprolactinemia

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A prolactina é um hormônio produzido pela hipófise anterior sob estímulo inibitório da dopamina. Sua secreção é pulsátil e tem por função a lactogênese. A sua elevação fora do ciclo gravídico-puerperal provocando sintomas é considerada patológica e deve ser adequadamente investigada. Os sintomas associados ao excesso de prolactina são: galactorreia (e/ou desconforto nas mamas), amenorreia e diminuição de libido.

A principal causa de hiperprolactinemia não fisiológica é o uso de fármacos. Os que lideram a lista são os psicofármacos como antidepressivos tricíclicos, antipsicóticos e estabilizadores de humor. Os anti-hipertensivos como betabloqueadores e alfametildopa assim como os inibidores H2 (cimetidina e ranitidina) que agem no trato gastrintestinal também fazem parte dessa lista. A metoclopramida e o próprio anticoncepcional combinado oral também podem ser a causa.

Uma causa extremamente frequente em mulheres é o hipotireoidismo. A elevação do TSH é antecedida pela elevação do TRH hipotalâmico. Esse hormônio costuma reduzir a dopamina aumentando a prolactina. Por isso, o TSH é um exame imprescindível na abordagem inicial da paciente hiperprolactinêmica.

Outras possíveis causas são doenças crônicas como insuficiência renal e hepática. É importante rastrear essas condições na anamnese e solicitar função renal e hepática.

Os adenomas hipofisários são tumores benignos produtores de prolactina. São divididos em microadenomas (quando menores de 1 cm) e macroadenomas (quando têm 1 cm ou mais). Geralmente, costumam provocar níveis de prolactina acima de 100 ng/dL. A ressonância magnética da sela túrcica é o melhor exame para avaliar essa possibilidade. Ela deve ser solicitada quando o uso de fármacos tiver sido excluído, o TSH seja normal e os exames de função renal e hepática sejam normais.

O tratamento varia de acordo com o diagnóstico encontrado. No hipotireoidismo a conduta é tratar com levotiroxina, já nos adenomas hipofisários a abordagem inicial é sempre clínica. Utiliza-se agonistas da dopamina como cabergolina ou bromocriptina. Na falha do tratamento clínico, pode ser indicada a abordagem cirúrgica.

Fonte: FERNANDES, Cesar; SA, Marcos (ed.) Tratado de Ginecologia da FEBRASGO. Rio de Janeiro: GEN; Guanabara Koogan, 2018.