Como criar uma boa relação entre preceptor e residente

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A figura do preceptor é essencial para a dinâmica dos hospitais-escolas. No meu caso, foi certamente uma das experiências mais satisfatórias que tive ao longo da minha trajetória. Mas, para mim, não era necessário ter o título de preceptor para me dedicar a ensinar internos e residentes. Bastava ter vocação para ensinar.

Ao longo de toda a residência de pediatria e neonatologia do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), sempre gostei de encontrar momentos didáticos com internos e residentes de menor graduação (R menos). Bastavam 15 minutos, um pedaço de papel e disposição em transmitir algum conhecimento que ajudasse a compreender e internalizar algum conceito sobre algum caso que estivéssemos cuidando no hospital.

Vale aqui ressaltar que, ao longo dos meus anos de internato e residência, encontrei diversos residentes mais graduados (R mais) que tiveram o mesmo cuidado e atenção comigo. E a eles transmito a minha eterna gratidão.

Assim que concluí o último ano de residência médica em neonatologia tive a oportunidade de trabalhar por quase um ano no Hospital Geral de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. Na época ainda não tinham residência em neonatologia e, novamente mesmo sem o título de preceptor, dediquei-me a dar aulas teóricas para os residentes de pediatria sobre os temas mais relevantes da neonatologia. Tenho certeza que os residentes aprenderam bastante, mas acredito que tenha sido eu tenha tido o maior aprendizado. Inclusive me ajudou muito a estudar para o Título de Especialista em Neonatologia, que defendi durante essa experiência.

Logo em seguida retornei a São Paulo, onde finalmente trabalhei por pouco mais de um ano como preceptor de neonatologia do Hospital Israelita Albert Einstein. Compartilho agora o que aprendi ao longo dessa experiência.