Candidíase: uma revisão dos principais pontos

Compartilhe

A candidíase é um tipo de vulvovaginite extremamente frequente. Ela é causada pelo fungo Candida albicans, saprófita da microbiota vaginal. Alguns casos menos frequentes são causados por espécies não albicans como a Candida glabrata e a tropicalis. Por ser um habitante natural da vagina, existe um equilíbrio entre o sistema imunológico e as estruturas fúngicas. A candidíase ocorre quando existe ruptura desse mecanismo de equilíbrio. É mais frequente nas situações de diminuição da imunidade (estresse físico e emocional, privação de sono). Também ocorre com mais frequência em pacientes imunossuprimidas, diabéticas, gestantes e em mulheres que usaram antibióticos por 7 dias ou mais. Não existe associação de aumento da ocorrência de candidíase em pacientes usuárias de métodos contraceptivos de barreira como preservativos de látex ou intrauterinos com DIU de cobre e o liberador de levonorgestrel.

Os sintomas de candidíase são corrimento esbranquiçado, grumoso que lembra queijo cottage. As pacientes costumam apresentar prurido vulvovaginal moderado a intenso. Esse sintoma costuma ser o que motiva a consulta médica. Não há mau odor associado ao corrimento. Ao exame físico, a candidíase costuma apresentar inflamação na mucosa vulvar e/ou vaginal além da leucorreia característica. O exame a fresco pode evidenciar as estruturas fúngicas (elementos que lembram galhos de árvores). O pH vaginal costuma ser normal (<4,5).

O tratamento da candidíase deve ser feito com os antifúngicos na forma de cremes vaginais, óvulos ou comprimidos por via oral. O Ministério da Saúde recomenda o miconazol na forma de creme vaginal por 7 dias ou a nistatina por 14 dias. Outras opções de remédios para candidíase são o fluconazol, cetoconazol, itraconazol, clotrimazol, fenticonazol e isoconazol. Quando não há resolução do quadro com os antifúngicos tradicionais deve-se suspeitar de candidíase atípica, causada pelas espécies não albicans. O principal diagnóstico diferencial é a vaginose citolítica, condição que leva a sintomas muito semelhantes. É causada pelo excesso de acidez vaginal e proliferação dos lactobacilos da microbiota da vagina.