A coleta da colpocitologia oncótica

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Acolpocitologia oncótica, teste de Papanicolaou, também denominado citopatológico do colo uterino, é o exame universal para rastreamento do câncer do colo uterino. O exame serve para identificar as lesões precursoras do carcinoma enquanto a paciente ainda não apresenta sintomas. É sabido que a carcinogênese cervical é um processo mediado pelo papilomavírus humano (HPV). O vírus tem transmissão sexual e a infecção costuma ocorrer, na maioria das mulheres, no período da adolescência. Logo após o contágio, o sistema imunológico inicia a tentativa de depleção viral e a maioria das mulheres infectadas vai ter o clareamento ou clearance completo da infecção até cerca de 25 anos de idade. Nas mulheres que tiveram a persistência viral, após essa idade, existe risco de carcinogênese.

Segundo as recomendações oficiais do Ministério da Saúde, o Papanicolaou deve ser coletado somente a partir dos 25 anos, mesmo que a paciente tenha vida sexual ativa antes desta idade. A recomendação se justifica porque a eficiência do rastreamento nesta população é baixa e as consequências do tratamento estão associadas ao aumento da morbidade obstétrica (incompetência istmocervical). Além disso, o Ministério da Saúde justifica que a incidência de câncer de colo uterino em mulheres com menos de 25 anos é baixa e que, quando presente, geralmente ocorre em estádios iniciais. Outra justificativa é que os falsos positivos da citologia são maiores nessa faixa etária.

A coleta do exame citopatológico deve ser realizada com a espátula de Ayre e com cytobrush em pacientes com pelo menos dois dias de abstinência sexual. Na presença de colpites inflamatórias (tricomoníase, cervicite por Chlamydia e gonococo), recomenda-se o tratamento da doença previamente da coleta. Da mesma forma, a presença de vulvovaginites indica o tratamento da condição clínica antes da coleta do CP. Não é recomendada a realização de duchas vaginais antes da coleta e o espéculo não deve ser lubrificado antes da inserção para não prejudicar a leitura da lâmina pelo patologista. A lubrificação do espéculo com vaselina pode levar a falsos resultados do exame.