Ultrassonografia na Determinação da Posição da Cabeça Fetal: Um Guia Prático

A avaliação precisa da posição da cabeça fetal é fundamental para o manejo seguro do trabalho de parto, especialmente em situações em que intervenções como fórceps ou vácuo podem ser necessárias. Para médicos que não estão habituados ao uso de ultrassonografia nessa avaliação, segue um guia prático para incorporar essa técnica ao seu arsenal clínico.

Por que usar ultrassonografia?

Embora o toque vaginal seja tradicionalmente utilizado para esse fim, sua precisão é limitada, especialmente em casos de posições anômalas, como occipício posterior ou transverso. A ultrassonografia fornece uma avaliação objetiva e mais confiável, reduzindo o risco de erros e garantindo maior segurança para mãe e bebê.

Como realizar a ultrassonografia para determinar a posição da cabeça fetal?

1. Utilize um transdutor convexo
   A ultrassonografia transabdominal com transsutor convexo para obter imagens nos planos axial e sagital é o mais indicado.

2. Posicionamento inicial do transdutor

Posicione o transdutor de forma transversal no abdômen materno.

Obtenha uma visão axial do tronco fetal ao nível do abdômen superior ou tórax fetal.

Identifique a posição da coluna vertebral fetal como referência inicial.

3. Movimentação para a região suprapúbica

Desloque o transdutor para a região suprapúbica materna até visualizar a cabeça fetal.

4. Identificação dos marcos anatômicos

As órbitas fetais são os pontos anatômicos para a variedade de posição occipício-sacras (OS).

A linha média é ponto de referência para as variedades transversas

O próprio occipício e a coluna cervical são os pontos anatômicos visíveis nas variedades de posição occipício-púbicas (OP)

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5. Casos de altura da apresentação fetal baixa

Quando a cabeça fetal está profundamente encaixada, as estruturas medianas podem ser difíceis de visualizar transabdominalmente.

Combine a abordagem transabdominal com a ultrassonografia transperineal para melhorar a precisão.

Vantagens do uso da ultrassonografia

O uso da ultrassonografia permite uma avaliação mais precisa e objetiva, particularmente em situações desafiadoras. Incorporar essa técnica na prática clínica pode melhorar significativamente os desfechos maternos e fetais, reduzindo erros de manejo e promovendo um cuidado obstétrico mais seguro e eficaz.

Se você ainda não está familiarizado com o uso dessa ferramenta, considere começar com casos menos complexos e gradualmente aumentar sua prática. Com o tempo, essa abordagem pode se tornar indispensável na avaliação intraparto.

Referências:  

‘Ghi T, Eggebø T, Lees C, Kalache K, Rozenberg P, Youssef A, Salomon LJ, Tutschek B. ISUOG Practice Guidelines: intrapartum ultrasound. Ultrasound Obstet Gynecol 2018; 52: 128–139.’

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