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Qual a diferença prática entre colo curto e colo curto por insuficiência istmocervical?
Escrito por
Fabiano Serra
Publicado em
7/2/2023
A insuficiência istmocervical (IIC) é definida como a dilatação cervical precoce e indolor (ou com pouca dor) que leva a, pelo menos, DOIS abortamentos tardios e/ou partos pré-termos com menos de 28 semanas de gestação e sem a identificação de outras causas.
A principal queixa das pacientes com IIC é a perda de muco vaginal. Ao exame físico, apresentam dilatação cervical, podendo ter também protrusão de membranas. Em casos mais avançados, pode-se encontrar a paciente eliminando o feto.
O tratamento de pacientes com essa história envolve planejamento. Em uma nova gestação, deve-se realizar ultrassonografia morfológica de 1º trimestre para descartar malformações fetais e submetê-la à cerclagem cervical profilática entre 14 e 16 semanas.
Se a história for de somente UMA perda gestacional a partir de 16 semanas, ou parto prematuro espontâneo até 34 semanas, deve-se iniciar progesterona 200 mg via vaginal a partir da 16ª semana e realizar a avaliação do colo a cada duas semanas entre 14 e 24 semanas. A cerclagem cervical deve ser considerada se a medida do colo for ≤ 25 mm, e principalmente se ≤ 15 mm.
Se a gestante não tem qualquer história de prematuridade ou perda fetal e encontra-se assintomática, deverá ser submetida ao rastreio da medida do colo via transvaginal na ultrassonografia morfológica de segundo trimestre, preferencialmente entre 20 e 24 semanas de gestação. Se houver afunilamento do colo com comprimento cervical ≤ 25 mm, o risco para o trabalho de parto prematuro é maior do que para aquelas apenas com o colo curto (≤ 25 mm). Para ambos os casos, a progesterona via vaginal também está indicada. Pacientes com comprimento do colo acima de 25 mm não apresentam maior risco para parto pré-termo.