Compartilhe
Quem nunca atendeu um paciente com queixa de “coceira no bumbum”, aquela coceira que não deixa a família inteira dormir à noite e nada alivia? Nessa situação você não pode deixar de pensar no oxiúrus.
A oxiuríase, também conhecida como enterobíase, é causada pelo Enterobius vermiculares ou Oxyurus vermiculares. É uma doença prevalente no mundo todo e uma característica particularmente importante e predominante é o prurido anal intenso.
A transmissão pode ocorrer de pessoa a pessoa, através de fômites, ou por transmissão indireta, como pela inalação de ovos presentes na poeira ou utensílios domésticos.
O quadro clínico pode apresentar náuseas, cólicas, puxo e tenesmo, porém o sintoma que mais predomina é o prurido anal, principalmente noturno, acompanhado de grande irritabilidade e por vezes insônia. Esse sintoma ocorre desta forma devido à presença das fêmeas deste parasita no reto durante o período noturno, já que as mesmas fazem a postura dos ovos na região anal à noite e com isso levam à inflamação e consequentemente prurido local. No sexo feminino, o oxiúrus pode migrar para região vaginal e levar a queixas como corrimento e prurido vulvar.
O diagnóstico pode ser feito através da visualização dos vermes na região perianal, 2 a 3 horas após o indivíduo acometido estar dormindo, pelo método de Graham (fita adesiva) ou ainda, devido ao prurido incontrolável, análise de amostras por microscopia obtidas sob as unhas.
O tratamento de primeira linha consiste no uso do albendazol (400 mg por via oral) ou mebendazol (100 mg por via oral), que devem ser administrados em dose única com repetição após 14 dias e, alternativamente, pamoato de pirantel (11mg/kg, 1 x ao dia, por via oral) ou nitazoxanida (7,5 mg/kg/dose, 2 x ao dia), recomendados por 3 dias.
Referência bibliográfica: BRASIL. Guia Prático de Atualização dos Departamentos Científicos de Gastroenterologia e Infectologia (2019-2021) da Sociedade Brasileira de Pediatria. Parasitoses intestinais: diagnóstico e tratamento. n. 7, 2020. Disponível em https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/22207d-GPA_-_Parasitoses_intestinais_-_diagnostico_e_tratamento.pdf . Acesso em 24 maio 2023.