Espondilite infecciosa

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A discite e a osteomielite vertebral são causas de espondilite infecciosa. A etiologia mais comum de espondilite infecciosa é a disseminação hematogênica de bactérias. A discite envolve infecção bacteriana do espaço do disco e é, geralmente, vista em crianças menores de 5 anos de idade. Muitas vezes está associada à osteomielite do corpo vertebral. Em contrapartida, a osteomielite isolada do corpo vertebral ocorre mais frequentemente em crianças mais velhas e adolescentes.

As diferenças na localização anatômica da infecção estão relacionadas ao desenvolvimento vascular da coluna. Pacientes na faixa etária mais jovem têm canais vasculares entre a placa terminal vertebral e o espaço do disco, o que explica a prevalência de discite com osteomielite. Em crianças mais velhas, esses canais já se fecharam e a infecção permanece na vértebra, causando osteomielite.

Staphylococcus aureus é o organismo mais comum que causa infecções na coluna. Outros organismos incluem Kingella kingae e, menos frequentemente, estreptococo do grupo A e Escherichia coli. Causas raras de infecção óssea vertebral incluem tuberculose, Serratia marcescens, brucelose e doença da arranhadura do gato. Culturas de sangue têm uma sensibilidade de apenas 30%. A biópsia percutânea ou aberta do espaço do disco possui uma grande oscilação, sendo positiva entre 50 e 85% do tempo.

Manifestações Clínicas

Os pacientes podem sentir dor nas costas, dor abdominal, febre ou mal-estar. A febre é menos comum, estando presente em apenas 30% dos pacientes. Crianças pequenas podem desenvolver claudicação ou mesmo recusar-se a andar ou sentar. Em um esforço para reduzir a dor associada ao movimento da coluna, a criança manterá a coluna em uma posição rígida. Também pode haver um espasmo muscular paravertebral.

A flexão da coluna comprime os elementos anteriores da coluna, o que provoca um aumento da dor. Pedir a uma criança para pegar um objeto do chão é uma maneira simples de realizar esse teste provocativo.

Em 80% dos casos, a Velocidade de Hemossedimentação (VHS) está elevada, bem como a proteína C-reativa .

Avaliação Radiográfica

O achado radiográfico mais precoce é a perda de lordose lombar. As características típicas em radiografias simples são o estreitamento do espaço do disco, ou perda da altura do disco, e irregularidade das placas terminais vertebrais adjacentes. No entanto, esses achados não se desenvolvem antes da 2ª ou 3ª semana após o início dos sintomas. O diagnóstico pode ser estabelecido mais cedo, usando uma cintigrafia óssea com tecnécio ou ressonância magnética.

A ressonância magnética é a imagem mais sensível e específica para diagnosticar osteomielite e identificar abscessos e/ou compressão neural.

Tratamento

Uma vez que o diagnóstico for suspeito clinicamente, o tratamento envolve cuidados sintomáticos e antibióticos empíricos antiestafilocócicos. Uma cefalosporina de primeira geração (por exemplo, cefazolina) ou a oxacilina são recomendadas em áreas que o S. aureus resistente à meticilina não é prevalente. A clindamicina deve ser considerada em áreas que o S. aureus resistente à meticilina é mais comum. O cuidado sintomático inclui repouso e analgésicos. O curso de antibióticos é de 4 a 6 semanas (sendo ao menos as primeiras duas semanas de antibióticos por via IV). O tratamento cirúrgico raramente é necessário, e as indicações incluem o estabelecimento do diagnóstico em pacientes que não respondem a antibióticos empíricos e em que um abscesso e/ou envolvimento neurológico são identificados.