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Donovanose, uma infecção sexualmente transmissível muitas vezes subdiagnosticada
Escrito por
Marina Apostólico
Publicado em
5/6/2023
Causada pela bactéria Klebsiella granulomatis, apresenta sintomatologia crônica e costuma acometer pele e mucosas das regiões genitais, perianais e inguinais.A donovanose (granuloma inguinal) está frequentemente associada à transmissão sexual, embora os mecanismos de transmissão não sejam bem conhecidos, sendo sua transmissibilidade baixa. Características das lesões: úlceras múltiplas de borda plana ou hipertrófica, bem delimitada, com fundo granuloso, de aspecto vermelho vivo e friável que evolui lenta e progressivamente, podendo tornar-se vegetante. Uma característica comum é a apresentação das lesões em “espelho” nas bordas cutâneas e/ou mucosas. Podem se formar pseudobubões (granulações subcutâneas) na região inguinal, quase sempre unilaterais. Diagnóstico diferencial: sífilis, cancroide, tuberculose cutânea, amebíase cutânea, neoplasias ulceradas, leishmaniose tegumentar americana e outras doenças cutâneas ulcerativas e granulomatosas.Tratamentos preconizados:Azitromicina 500 mg, 2 comprimidos, VO, 1 x/semana, por pelo menos três semanas, ou até a cicatrização das lesões.OuDoxiciclina 100 mg, 1 comprimido, VO, 2x/dia, por pelo menos 21 dias, ou até o desaparecimento completo das lesões OuCiprofloxacino 500 mg, 1 e ½ comprimido, VO, 2x/dia, por pelo menos 21 dias, ou até a cicatrização das lesões (dose total: 750 mg)Ou Sulfametoxazol trimetoprima (400/80 mg), 2 comprimidos, VO, 2x/dia, por no mínimo 3 semanas, ou até a cicatrização das lesões.O critério de cura é o desaparecimento da lesão, não tendo sido relatada infecção congênita. As sequelas da destruição tecidual ou obstrução linfática podem exigir correção cirúrgica. Devido à baixa infectividade, não é necessário tratar as parcerias sexuais.ReferênciaMINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para atenção integral às pessoas com infecções sexualmente transmissíveis (IST) 2022. Brasília: Ministério da Saúde, 2022.