Deficiência de vitamina K nos recém-nascidos

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Os recém-nascidos (RN) nascem deficientes de vitamina K. Considero isso um grave erro evolucionário que ainda não foi corrigido, mas esse é um fato que não podemos negar. Não há passagem placentária e após o nascimento ocorrido através do leite materno (ou da fórmula láctea). após apenas a colonização intestinal com bactérias que essas passarão a produzir vitamina K.

E por que essa vitamina é mesmo importante? Muito bem, ela é responsável por produzir fatores de coagulação II, VII, IX e X. Portanto, sem ela há risco de o RN apresentar quadros hemorrágicos, dede os mais leves (como epistaxe ou hemorragia digestiva alta), quanto os mais temíveis , principalmente para o sistema nervoso central.

Por esses motivos, é obrigatório suplementar K ao nascimento, de preferência vitamina já na sala de parto. Existem duas vias possíveis de administração, intramuscular ou oral. A primeira (intramuscular) é a mais recomendada, visto que reduz o risco de sangramentos para SNC, o que a segunda (via oral), protege em menor proporção.

Além disso, a vitamina K intramuscular requer apenas uma dose única de 1mg, enquanto a via oral requer doses dobradas de 2mg e necessidade de repetir com 7 dias de vida e entre 2 a 4 semanas. Tem risco de a criança cuspir a dose ou até dos pais esquecerem de dar as doses subsequentes, motivos pelos quais prioriza-se a administração intramuscular na sala de parto.

Existem 3 possíveis manifestações clínicas da deficiência de vitamina K no RN:

- Apresentação precoce – primeiras 24 horas de vida, geralmente associada ao uso materno de medicamentos que interferem no metabolismo da vitamina K suplementada, com anticonvulsivantes e antituberculosos.

- Apresentação clássica – entre 1 a 7 dias de vida, em crianças que não receberam suplementação ou não repetiram a segunda dose via oral. Geralmente com sangramento do coto umbilical, gastrintestinal, mucosas, locais de punção ou postectomia.

Acervo pessoal

- Apresentação tardia – entre 2 semanas a 3 meses de vida, também em crianças que não receberam suplementação adequada, com maior risco de sangramento para SNC.

Laboratorialmente, apresentará hemograma sem anemia e sem plaquetopenia e coagulograma virão com aumento do INR.

Caso apresente vômito sanguinolento, pode-se fazer o Teste APT, misture o conteúdo sanguinolento com hidróxido de sódio a 1%. Se o sangue deglutido for materno, o teste é negativo e a solução permanecerá de cor rosa. Se o sangue deglutido for do próprio RN, o teste é positivo e a solução marrom-amarela.

MOUSTAFA, MH, et al. " Minha filha de duas semanas está vomitando sangue ". v. 12, n. 8, ACAD EMERG MED . 2015. Disponível em: . Acesso em: 10 jan. 2023.

O tratamento é simples. Basta reportar vitamina K de 1 até 5 mg IM (geralmente em 3 doses de 2, 2 e 1mg).

Referência:

  1. Cuidados essenciais ao recém-nascido e amamentação - módulos de treinamento. QUEM.