Candidíase vulvovaginal na infância

Compartilhe

A Candida albicans é um fungo extremamente prevalente em vulvovaginites durante a menacma, pois parece preferir ambiente estrogenizado e, assim, não é o agente causador habitual de vulvovaginites em meninas pré-púberes. Para se desenvolver nos genitais, esse fungo necessita da presença de glicogênio, ocasionando acidez vaginal, explicando-se assim a sua maior incidência em meninas acima dos dez anos de idade, quando do início da puberdade.

Sua ocorrência na infância está principalmente associada à diabetes mellitus, uso de fraldas, estados de imunossupressão (por doenças ou induzidos), uso de antibióticos e ingestão de grande quantidade de doces.

Os sinais e sintomas assemelham-se àqueles observados em pacientes adultas: observa-se geralmente corrimento genital branco, grumoso, com prurido genital intenso, hiperemia vulvar e ardor à micção.

O diagnóstico é feito pela história e exame físico, pelo exame a fresco ou com a utilização de KOH. A cultura isolada não é diagnóstica, visto que esse fungo pode fazer parte da flora vaginal habitual.

O tratamento inclui cremes tópicos de antifúngicos ou imidazólicos por 10 noites seguidas (os mesmos devem ser aplicados no interior do ambiente vaginal, utilizando-se aplicador próprio para crianças – prolongador de pequeno calibre que passa facilmente pelo orifício himenal).

A violeta genciana líquida também pode ser utilizada no meio intravaginal nessa faixa etária, com bons resultados. As soluções orais não têm sido bem documentadas para uso em crianças.

Referências

FEDERAÇÃO BRASILEIRA DAS ASSOCIAÇÕES DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA (FEBRASGO). Manual de Orientação Trato Genital Inferior da FEBRASGO, cap. 7: Vulvovaginites na infância. São Paulo, 2010.