Câncer de mama

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O câncer de mama representa o tumor ginecológico mais frequente no Brasil. No sexo feminino é tumor mais comum, ficando atrás somente do câncer de pele não melanoma. Os estados do sul e sudeste representam as parcelas mais significativas da estatística, segundo as estimativas do INCA (Instituto Nacional do Câncer).

Alguns fatores de risco para câncer de mama já foram identificados como história familiar, menarca precoce e menopausa tardia, obesidade, terapia hormonal no climatério e nuliparidade. O consumo de álcool também tem uma associação importante com o aumento de risco para câncer de mama. Alguns estudos também mostraram associação positiva com o consumo excessivo de gordura animal. Um estudo dinamarquês publicado em 2017 demonstrou um pequeno aumento no risco de câncer de mama em mulheres usuárias de anticoncepcionais hormonais. Apesar de este dado ser alarmante, é importante lembrar que o aumento de risco foi baixo do ponto de vista numérico e são necessários mais estudos sobre esse tema para que informações mais claras possam ser dadas.

O câncer de mama manifesta-se por nódulo palpável ou detectado em exame de imagem ou ainda por microcalcificações (também detectadas em exames radiológicos). Raros casos são detectados por derrame papilar (saída de líquidos pelo mamilo).

O tratamento varia de acordo com a apresentação da doença em cada paciente. As modalidades terapêuticas podem incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia e medicamentos que promovem o bloqueio da ação hormonal na mama.

A prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais no tumor maligno da mama. O autoexame, estimulado e popularizado no mundo todo, consiste na realização da palpação das mamas pela própria paciente após o término da menstruação. Apesar de simples, inócuo e sem custos, diversos estudos evidenciaram que o autoexame não foi capaz de diminuir a mortalidade por câncer de mama. Algumas séries concluíram, inclusive, que houve aumento do número de consultas e de solicitações de exames desnecessários quando a população foi instruída a realizar o autoexame rotineiramente. Por esse motivo, o Ministério da Saúde do Brasil não recomenda mais a realização do autoexame da mama.

A mamografia é o exame de rastreamento universal do câncer de mama. Segundo as recomendações do Ministério da Saúde, todas as mulheres com 50 anos ou mais devem realizar a mamografia pelo menos uma vez a cada dois anos. Estas recomendações diferem da Sociedade Brasileira de Mastologia e da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia que recomendam o rastreamento a partir dos 40 anos, anualmente.

É de fundamental importância que as mulheres estejam atentas às recomendações oficiais e às orientações do(a) seu(ua) médico(a) assistente. A prevenção primária é de extrema importância para evitar a sua ocorrência. Entende-se por prevenção primária o estilo de vida saudável com consumo de alimentos à base de frutas, verduras e sementes e redução do consumo de gordura animal e álcool. A prática de exercícios físicos também é fundamental. A realização da mamografia rotineira, quando indicada, é fundamental para a prevenção secundária (realização do diagnóstico precoce). Converse com seu ginecologista sobre quando realizar o seu exame e em qual periodicidade. A probabilidade de sucesso do tratamento aumenta quando o diagnóstico é realizado de forma precoce.