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Amenorréia da lactação (LAM) é um método contraceptivo seguro?
Escrito por
Marina Apostólico
Publicado em
19/4/2024
O aleitamento materno apresenta efeito contraceptivo e tem valor no espaçamento do intervalo entre gestações.
O aleitamento como método contraceptivo se baseia na ausência de ovulação e amenorreia causada pela elevação dos níveis de prolactina, que responsável pela inibição da secreção de hormônios hipotalâmicos interferindo no eixo hipotálamo-hipófise-ovário.
A efetividade desse método depende da intensidade e da frequência das mamadas. Puérperas que amamentam de forma exclusiva, com menos de seis meses pós-parto e em amenorreia, devem ser avisadas que a eficácia desse método é de aproximadamente 98%, ou seja bem elevada.
A redução do número e intensidade das mamadas ou interrupção da amamentação fazem os valores de prolactina cair,reestabelecendo a ovulação em 14 a 30 dias. Após 6 meses de lactação exclusiva, com a introdução alimentar e o retorno ao trabalho, a chance de falha eleva-se substancialmente, sendo fundamental a discussão sobre métodos contraceptivos complementares liberados na amamentação.
Sempre é importante deixar claro para a puérpera que a efetividade deste método se dá basicamente baseada na frequência e intensidade das mamadas, e que a associação a com um método de barreiras, pílulas de progesterona, sistemas intra-uterinos ou implante subdérmico, sempre são possíveis inclusive desde o pós parto imediato.
Referências:
- Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Orientação contraceptiva no pré-natal e no puerpério. São Paulo: FEBRASGO, 2021 (Protocolo FEBRASGO Obstetrícia, n. 71/Comissão Nacional Especializada em Assistência Pré-Natal).
- Manual de gestacao de alto risco [recurso eletronico] / Ministerio da Saude, Secretaria de
Atencao Primaria a Saude. Departamento de Acoes Programaticas – Brasilia : Ministerio
da Saude, 2022